domingo, 14 de novembro de 2010

Foi embora cedo

Este anos já fui em muitos velórios, o que, infelizmente  passa por quase normal para quem tem mais de 60 anos. Um destes do meu primo Ze Augusto. Ele esta em várias paginas no fundo da gaveta, numa possível Memórias que um dia publicarei. Um pequeno trecho
"Esta rotina de jogo - briga - apanha iria continuar por muito tempo não fosse uma das visitas do Zé Augusto, meu primo. Na época este primo já tinha fama de ser encrenqueiro e briguento. Ex aluno de colégio interno, de onde fugira ou tentara fugir, havia aprendido a brigar e bem. Muitos anos depois fomos os únicos que se deram bem numa grande briga na porta de um baile, onde, mesmo tendo ganho a parada, apanhei bastante.
No dia desta visita fomos ao campo de futebol para brincar e encontramos o resto da turma. Após alguns minutos começou a provocação e desta para as vias de fato foi rápido. Os dois vizinhos vieram secos para cima de mim, só que desta vez tinha alguém do meu lado que além de não  fugir do pau, sabia brigar.
A surra que o maior deles, Germano, levou foi tão grande que levou a gorda Miguelina a reclamar com minha mãe, e teve como conseqüência dos dois nunca mais me provocarem. Vale explicar que o Zé, que era baixinho, pegou o maior, e eu fiquei com o menor. Foi até covardia. Os narizes que sangraram ficaram muito tempo como salvo conduto.
— O meu primo vai voltar neste fim de semana.
Mas, logo o tempo passou, e mais depressa do que se percebia e já comecei a trabalhar e a ter outras obrigações, e só conseguia chegar no campinho bem mais tarde, com o jogo quase acabando. Apenas um outro gato pingado permanecia até a escuridão tomar conta do terreno, ou até as vozes das mães chamarem para jantar.
Ali fiquei muitas vezes a brincar de luta com um moleque mais novo que eu, numa brincadeira que só terminava quando a mãe dele chamava.
Este mesmo primo que me ajudou, reclamou tempo depois que nas brincadeiras de pegar, onde se passava correndo pelos caminhos entre os arbustos, as armadilhas bem preparadas davam-lhe grandes tombos, mas isto já é uma outra história.

a foto aí de cima merece um post só para ela. Um dia quem sabe

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