quinta-feira, 21 de abril de 2011

Centenário da Dona Maria

SE estivesse por aqui ainda, minha mãe faria hoje 100 anos. SE fosse famosa, provavelmente sairia suas fotos em jornais e revistas. Mas a fama que ela construiu foi entro de uma familia. Aliás, o certo seria dizer familias. Primeiro com seus pais, ajudando a criar os filhos mais novos. Mais tarde com o o seu Zé construindo uma história da qual tenho orgulho de participar. E conforme os filhos e filhas foram formando as suas famílias lá estava ela a ajudar, a participar.
Como homenagear essa aniversariante? Entre as fotos que tenho disponível resolvi escolher uma bem simples. Na porta da velha casa da Coelho Lisboa, fazendo caretas, ao ladfo do seu marido, sempre divertida e brincalhona


E por falar em brincalhona , algumas coisas que ela gostava de dizer, encerrando com uma risada gostosa
Seu juiz
Sai para rua comadre cadela
Na rua to peidando
Ca vara de to cagado
Travessei seis rua
Sete cu largo
Dexe mija
Qui ja ta pingando
Traduzindo
Senhor Juiz, sai para a rua com a comadre, cade ela?
Na rua encontrei Dando com a vara de tocar o gado.
Já atravesseis seis ruas, sete, com o largo
Deixe-me ir já
Pois já está pingando ( chovendo

Com a Cristininha (trocando o f por um c)
Sabe o que disse o Odair
O filho da verdureira
Que é feio o nosso país
Que é feia a nossa bandeira
Eu fiquei tão zangada
Que nem mesmo sei o que fiz
Somente torci o nariz
E dei-lhe uma bofetada
E um poema que fiz, muitos anos atras, para lembrar o carinho e a fé

Hoje a angustia bateu
Eu não sabia mais como agüentar
Ver a menina lá
Quieta, a me olhar
E eu, sem poder saber
O que ela estava sentindo

De repente apareceu
Como de um sonho gostoso
Uma pessoa que veio até o meu lado
E ao meu lado sentou
Tão quieta como chegou
Abriu uma gaveta do lado
E de lá saiu
Um livro e uma cruz
E sem que eu pedisse
E sem nada dizer
Começou sua reza, pedindo a Deus
            Pra cuidar da menina
            Que estava lá
            A nos olhar
            E eu rezei, sim rezei
            E eu chorei
Acompanhei aquela reza
            Me agarrei naquela reza
            Como um náufrago
            Segura o que sobrou do barco
            Como um doente
            Segura a mão do médico
E então, como por encanto
A reza acabou
E quieta como chegou
Ela se foi
Levou a minha angústia
Deixou sua paz.

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