domingo, 17 de julho de 2011

SEMENTES DE ALMA

À espera do desabrochar

A semente esconde a impaciência

O sol aquecerá a terra

A água trará a umidade

Só aí então poderá soltar sua força



Enquanto nada disso acontecer

A semente quieta permanecerá

Sem angústias, sem incertezas

Apenas a esperar



E nós, sementes de almas livres

Prisioneiros destes edifícios de ossos e carne

Aguardamos o nosso sol

Ansiamos pela nossa água



Um dia partiremos ao desconhecido

Como a semente que ao germinar

                   desconhece seu futuro

Uma flor? Uma árvore?

Um tênue rebento comido por um pássaro?

Não lhe importa. Não se angustia por isso

Seu destino é o desabrochar



Nós. E nós o que somos?

Seres angustiados que desabrochamos

         do encontro de duas sementes?

Ou somos sementes de almas

Nos preparando para enfrentar outro lugar?




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