terça-feira, 5 de julho de 2011

Trabalhador

         Depois de tantos anos descobri que nunca tive o elan natural de um grande empregado. Faltou-me entusiasmo para encarar pilhas de papel e procurar no meio de letras e números o verdadeiro significado da existência.

         As frases que iriam abalar as estruturas do momento e que no amanhã serão apenas folhas amareladas num canto de arquivo, se enchendo de pó.
 Pronto, lá vou eu de novo fazer críticas a este estado de coisas.
        O que tem de humano atrás disso que fazemos nas empresas? Cadê as pessoas que justificam nossos atos? Em quê isto vai melhorar a vida do homem?

         O homem está distante, perdido na imensidão da empresa, ansioso por uma definição que lhe permita manter sua postura atual. É por este homem que você se preocupa?

         Nunca é pedida a opinião do homem. Apenas vão lhe tocando a vida, mudando-o de lugar ao bel prazer do momento. É uma boiada que vai deixando pelo caminho bois velhos que já não lhe acompanham a caminhada. Lá na frente vão puxando a boiada, que segue, mais preocupada em estar na trilha, do que em saber para onde a trilha leve.

         Lembra-me a figura que vi, de um cego, puxando uma fila de elefantes de olhos vendados. Assim foi, assim é, assim será.

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