Ao ver esta foto antiga, lembrei de uma outra vez, quando ela também fez aquilo que uma avó sempre sabe fazer: proteger os netos. E aquilo foi tão marcante que até escrevi algo naquele dia
Fe
Hoje a angustia bateu
Eu não sabia mais como agüentar
Ver a menina lá
Quieta, a me olhar
E eu, sem poder saber
O que ela estava sentindo
De repente apareceu
Como de um sonho gostoso
Uma pessoa que veio até o meu lado
E ao meu lado sentou
Tão quieta como chegou
Abriu uma gaveta do lado
E de lá saiu
Um livro e uma cruz
E sem que eu pedisse
E sem nada dizer
Começou sua reza, pedindo a Deus
Pra cuidar da menina
Que estava lá
A nos olhar
E eu rezei, sim rezei
E eu chorei
Acompanhei aquela reza
Me agarrei naquela reza
Como um náufrago
Segura o que sobrou do barco
Como um doente
Segura a mão do médico
E então, como por encanto
A reza acabou
E quieta como chegou
Ela se foi
Levou a minha angústia
Deixou sua paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário